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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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sábado, 14 de agosto de 2010

"The Economist" - "Glória refletida: a musa do Lula (Lula's Lady) está na reta para herdar sua presidência" - Tradução exclusiva.

Ofereço aos leitores do blog tradução na íntegra, feita em exclusivo para o "Quem tem medo do Lula?" por minha mãe, Maria do Céu Ribeiro, professora de inglês há 35 anos, de uma matéria veiculada na edição desta semana da revista britânica "The Economist". Conhecida pela defesa de idéias neoliberais, a revista já enxerga o inegável: o Brasil está prestes a ver uma mulher, ex-guerrilheira, subir a rampa do Planalto e receber a faixa presidencial de um ex-metalúrgico. Enquanto isso, a revista assume também (e, para mim, esta é a melhor parte da matéria): "O problema não é a apresentação, embora o Sr. Serra pareça esquisito, a não ser quando sorri, pois aí parece assustador." Segue o texto completo.

Ana Helena Ribeiro Tavares

Glória refletida: a musa do Lula está na reta para herdar sua presidência

Traduzido diretamente da revista "The Economist"

No papel, José Serra, do Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), o maior partido de oposição no Brasil, deveria ser capaz de ganhar a eleição presidencial marcada para 3 de Outubro, sem ter que suar. Ele ocupou muitas importantes posições políticas, numa longa e bem sucedida carreira: deputado, senador, ministro do planejamento e depois da saúde, prefeito e governador de São Paulo, a maior cidade brasileira e o estado mais poderoso. Ele é o oposto da novata: uma conselheira e burocrata, que era quase desconhecida alguns anos atrás, e que nunca precisou lutar sozinha por uma eleição, pela certeza de que ganharia.

Ao contrário, o Sr. Serra está lutando para permanecer na corrida. As pesquisas o apontam entre 5 a 10 pontos atrás de Dilma Rousseff, a candidata do governo federal e do Partido dos Trabalhadores (PT). O problema não é a apresentação, embora o Sr. Serra pareça esquisito, a não ser quando sorri, pois aí parece assustador. A Sra. Rousseff é pouco carismática e tem uma tendência a dar respostas de uma hora para perguntas de uma linha.

O problema do Sr. Serra é que a Sra. Rousseff é a consagrada sucessora de Luís Inácio Lula da Silva, o atual presidente. Quatro quintos dos brasileiros aprovam Lula, e quase metade dizem que, numa eleição presidencial, votariam ou nele (se a Constituição não o impedisse de concorrer a um terceiro mandato) ou no seu candidato. Desde que escolheu seu sucessor, Lula tem colocado Dilma Rousseff nas alturas (ela é “como Nelson Mandela”, chegou a dizer) e atravessou o país com ela a tiracolo. Agora a maioria dos brasileiros sabe quem é a candidata de Lula – e, crescentemente, eles pretendem votar nela.

No dia 05 de Agosto, o dia do primeiro debate pela televisão entre os candidatos, um instituto de pesquisa (Sensus) colocou a Sra. Rousseff com 41,6%, 10 pontos acima do Sr. Serra. Marina Silva, do Partido Verde, ficou num distante terceiro lugar, com 9%. Excluindo os votos inválidos, a Sra. Rousseff estaria perto de atingir a maioria necessária para evitar o 2º turno. Esta pesquisa pode ser pretensiosa, mas outros institutos também dão à Sra. Roussef uma posição crescente (ver gráfico).

A Sra. Rousseff parecia nervosa no debate, e lutou para dar suas respostas prontamente. O Sr. Serra se saiu melhor. Mas, uma vez que o debate foi marcado na mesma hora que uma importante partida de futebol, quase ninguém viu.

Mais preocupante para o Sr. Serra, o debate lhe mostrou as dificuldades que ele irá encarar para o resto da campanha. Provavelmente e acertadamente, o Sr. Serra percebeu que, atacando um presidente tão popular como Lula, não ganharia muitos votos. Ele discorda da Sra. Roussef em algumas coisas, tais como a política externa e o papel do estado na economia. Mas ele concorda com outras. Ele se sentiu obrigado a prometer que continuaria alguns dos programas de Lula, tais como o “Bolsa Família”, um privilégio para as famílias pobres. Enquanto isso, com a economia crescendo bastante, os brasileiros estão desfrutando da vida. “Sensação de bem-estar” entrou na língua portuguesa.

Mas, estável como está, serve melhor aos governistas do que a aventureiros. O slogan do Sr. Serra é “O Brasil pode mais” – exemplifica a dificuldade. Ele está lutando para tirar proveito de sua trajetória. Ele é melhor conhecido pelo seu papel nos governos de Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2002, que, apesar de sólidas conquistas, são lembrados sem afeição pelos brasileiros.

“Para Dilma, é simples: persuadir as pessoas de que ela representa Lula”, diz Rubens Figueiredo, um consultor político de São Paulo. “Mas Serra tem que lembrar às pessoas de que Lula não é o candidato – e, de alguma forma, tem que fazer isso sem se opor, ou, preferencialmente, sem nem mesmo mencionar Lula”, completa.

A posição da Sra. Rousseff não está ainda inabalável. Se o Sr. Serra conseguir evitar a vitória dela no primeiro turno, pode ter chance no segundo.E, no Brasil, há sempre a possibilidade de um escândalo ou deslize.

Mas há ainda uns poucos votos a mais que a Sra. Roussef pode ganhar por ser a escolhida de Lula. Cerca de 8% dos eleitores ainda dizem aos pesquisadores que querem votar na candidata do presidente, mas não a mencionam pelo nome.

Ela, em breve, terá uma maior oportunidade de reforçar esta ligação. A partir de 17 de Agosto, a televisão brasileira e as estações de rádio terão de mostrar propaganda política gratuita, com mais tempo para os candidatos cujas alianças ocupam mais espaço no Congresso. Isso significa que a Sra. Rousseff terá mais de 10 minutos, três vezes na semana, enquanto o Sr. Serra terá que se virar com pouco mais de 7 minutos. Esta vantagem pode se tornar decisiva.


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