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domingo, 31 de outubro de 2010

A fúria da mídia contra os Kirchner


 A fúria da mídia contra os Kirchner
 A mídia hegemônica brasileira também demoniza os Kirchner com mentiras primárias, porque foi deles a iniciativa de sancionar a lei dos meios de comunicação.

Por Mario Augusto Jakobskind (*)


 

A Argentina e a América Latina estão de luto com a perda de Néstor Kirchner, o líder político que acabou com a impunidade de assassinos e torturadores da época da ditadura e conseguiu enfrentar a herança maldita do neoliberalismo de Menem e da terra arrasada dos militares que tomaram o país com o golpe de 1976.  Néstor Kirchner fez o que pôde nas circunstâncias em que encontrou o país.

A mídia de mercado, na Argentina bastante vinculada ao setor dos produtores rurais, nunca aceitou Néstor, da mesma forma que a atual Presidente Cristina Fernández Kirchner, esta sobretudo pelo fato de sancionar a lei dos meios de comunicação, amplamente discutida pela sociedade argentina e aprovada pelo Congresso.

Os proprietários dos jornais Clarín e La Nación estavam em guerra com Néstor e Cristina, o mesmo acontecendo com os demais  jornalões e telejornalões da Argentina e de outros países da América Latina. Diariamente, a mídia hegemônica brasileira também demoniza os Kirchner com mentiras primárias.

Teve até uma jornalista argentina que escreveu um livro afirmando que Néstor tinha dado um soco em Cristina que a fez cair, ao se desentenderem durante uma crise fabricada pelos produtores rurais.

Jornais brasileiros, O Globo, por exemplo, passando pelos de sempre, deram destaque ao fato sem o menor fundamento, claro, que se insere no contexto da queima de imagem do casal.

É o que se pode denominar de baixo jornalismo. Este gênero encontra muito espaço na mídia de mercado, que nos últimos tempos aqui no Brasil está agindo como um partido político de direita.

Com a morte de Néstor, os mesmos jornais que o combatiam seguem agora desqualificando Cristina Kirchner. A presidente argentina é apresentada como uma mera marionete de Néstor, como se ela nem sequer pensasse.

Analistas de sempre e o noticiário de um modo geral demonstram grande preconceito pelo fato de ser ela uma mulher. É visível pelo tipo de colocações que são feitas.

É inegável que a morte de Nestor Kirchner terá consequências na política argentina, mas daí a se afirmar, como fazem os analistas da mídia de mercado, que Cristina desde já vai entregar os pontos ou não terá condições de governar sem o marido, é realmente desqualificá-la. Cristina em vários momentos, inclusive como senadora, demonstrou ter vida própria e posições de destaque, o que não pode ser negado ou esquecido nas análises políticas sobre a Argentina.  

O tempo dará a resposta aos que hoje, de forma preconceituosa,   colocam em dúvida se Cristina continuará a levar adiante a proposta do peronismo sem a influência perniciosa dos setores conservadores.

Possivelmente Cristina continuará enfrentando a ira dos barões da mídia, que não se conformam com o fato de os meios de comunicação estarem agora sujeitos a uma legislação democrática, amplamente discutida pelos movimentos sociais argentinos.

Antes do conflito com os produtores rurais, que queriam manter vantagens econômicas prejudiciais aos interesses da maioria do povo argentino e foram barrados pelo governo, ou mesmo antes da apresentação da legislação sobre os meios de comunicação, a então senadora Cristina chegou a ser apresentada por alguns veículos de imprensa como uma figura de destaque e mesmo com certa ascendência política sobre o então Presidente Nestor Kirchner.

Mas depois, Cristina passou a ser linchada pela mídia de mercado de forma visivelmente preconceituosa. Prevaleceu a cultura machista de que a mulher não tem luz própria. Trata-se de um preconceito secular que ainda se arrasta em alguns setores conservadores, mas pouco a pouco, felizmente, vem sendo superado.

A eleição presidencial no Brasil, por sinal, contribuiu nesse sentido, embora também os setores conservadores procurassem em suas campanhas apresentar a provável sucessora de Lula apenas como uma política fabricada pelo Presidente e sem vida própria. E na internet, o preconceito contra Dilma Rousseff seguiu a mesma linha machista e de baixo nível.

Alea jacta est. Nesta noite de domingo (31) quando esta reflexão estiver no ar, brasileiras e brasileiros saberão quem foi escolhido para governar o país por quatro anos a partir de 1 de janeiro de 2011.

 Os institutos de pesquisa Data Folha, Sensus, Ibope. Vox Populi apresentaram percentuais em favor da candidata Dilma Rousseff variando entre 10 e 14 pontos. Se falharem em suas previsões ficarão queimados para sempre, só lhes restando fechar as portas e pedir desculpas públicas. Mas será que diante de tamanha diferença ainda há condições de alguma surpresa? Como eleição se decide mesmo na contagem do último voto resta aos mortais aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

Em tempo: nem bem algumas assembleias legislativas colocaram na mesa de discussão a criação de um Conselho Estadual de Comunicação, no Estado do Rio apresentada pelo deputado Paulo Ramos (PDT), a mídia de mercado começou uma grita apoplética, como sempre misturando o conceito de liberdade de imprensa com liberdade de empresa. Até porque não está em jogo, como “informam” os jornalões e telejornalões, a liberdade de imprensa.

Está na hora de a sociedade brasileira colocar como prioritário para debate a questão dos meios de comunicação, pois sem a democratização do setor, o país continuará sob o domínio absoluto dos barões da mídia que não aceitam nenhum tipo de debate ou muito menos perder privilégios que na prática afetam o respeito ao direito humano da informação.

Em tempo 2: nem vale a pena perder tempo em analisar o debate da TV Globo, na última sexta-feira, mas só destacar que foi uma cópia mal feita do que fazem as TVs nos Estados Unidos. E cá entre nós, as câmaras manipularam as imagens favorecendo visivelmente ao candidato da casa, ou seja, Serra. E que indecisos foram os perguntadores? Um deles aplaudiu Serra.

*Mário Augusto Jakobskind é jornalista, mora no Rio de Janeiro e é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de S. Paulo e editor de Internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do semanário Brasil de Fato. É autor, dentre outros livros, de “América que não está na mídia” e “Dossiê Tim Lopes – Fantástico / Ibope”. É colunista do site “Direto da Redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

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