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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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domingo, 21 de novembro de 2010

A nova consciência democrática do povo

Por Emir Sader*

O enorme apoio do governo Lula vem, sobretudo, dos resultados das políticas sociais do governo. O apoio é tão generalizado (mais de 80% e apenas 3% de rejeição) que fica difícil distinguir diferenças por nível de renda ou de escolaridade, mas o resultado eleitoral permite ver como os setores de apoio mais firme - os que deram inequivocamente a vitória a Dilma - foram os de menor nível de renda. Visível também porque foram os apoios amplamente majoritários nas regiões com um peso predominante dos pobres – como o norte e o nordeste.

Uma das questões que se coloca é saber a que se deve a diferença entre o índice de apoio do governo e a votação da Dilma. Claro que o apoio ao governo tem matizes – do ótimo ao regular – e estes refletem disposição de transferência do voto a Dilma o apenas anuência diante das relações inegáveis do governo Lula.

Mas foi possível perceber que, colocados diante da comparação entre os governos Cardoso e Lula – ou diante da percepção do que viveram nos anos 90 e do que passaram a viver na primeira década deste século -, uma grande maioria de brasileiros opta pela continuidade e aprofundamento do governo Lula com Dilma. Foi diante dessa barreira que o candidato tucano buscou um atalho – buscar desviar o debate dessa comparação política para um tema como o aborto e seus desdobramentos religiosos, no circuito das igrejas.


Essa operação teve efeitos eleitorais, porque uma parte dos beneficiários das políticas sociais opta claramente pela continuação do governo Lula, representado pela Dilma, mas foi vítima dos preconceitos, explorados por religiosos.

Podemos dizer que o governo encontrou o modelo econômico social que o Brasil precisa para retomar o desenvolvimento e, ao mesmo tempo distribuir renda. Adequações são necessárias e já começaram a ser feitas ainda no governo Lula, para superar os efeitos negativos da taxa de juros alta e da valorização artificial do real. As políticas sociais terão não apenas que ser intensificadas, mas diversificadas e ampliadas, porém seu norte básico já está dado.

A oposição já demonstrou que não tem modelo alternativo. Oscilou entre reivindicar o atual como seu ou fazer criticas marginais. Entra agora em uma grande crise de identidade, com um pólo assumidamente direitista, que pretende personificar o neoliberalismo duro e puro, do Estado mínimo e do reino do mercado. Esse pólo se isolará cada vez mais, sem capacidade de incorporar políticas sociais e de conquistar bases populares de apoio, ficando restrito a setores ideológicos da classe média e grupos ruralistas. Já os tucanos ficam sem identidade, passarão por um longo processo de brigas internas, do qual não sairão tão cedo e marcados por muitas feridas.

A principal disputa na sociedade se dará no plano dos valores, da cultura, da luta ideológica. Porque a complexidade e o desenvolvimento desigual das relações sociais e também ideológicas fazem com que as pessoas comecem a tomar consciência social do mundo a partir de circunstancias concretas. Sentem a melhoria das suas condições de vida, se dão conta de que nunca tinham sido contempladas pelos governos anteriores. Mas continuam, em outros planos, a ser vitimas de preconceitos, disseminados pela imprensa, por religiosos conservadores. Para que superem essa alienação, para que tomem consciência não apenas dos seus interesses imediatos, mas também de como funciona a sociedade, o poder, a imprensa, as igrejas conservadores, entre tantos outros fenômenos, se torna indispensável uma consciência social ampla.

A democratização econômica e social extraordinária que o Brasil passou a viver nos últimos anos precisa se estender ao plano da consciência, da organização popular e da construção de novos representantes políticos das camadas emergentes do povo brasileiro.

*Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=623

2 comentários:

Luiz Claudio Cunha Souza disse...

Para se estender ao plano da consciência o caminho mais curto seria a democratização dos meios de comunicação onde o povo passaria a ter o conhecimento da verdade sobre a história política do Brasil, sem distorções, sem manipulações, assim como, teria também a oportunidade de ver os políticos de diferentes correntes ideológicas debaterem entre si os problemas nacionais que afetam diretamente o nosso povo. Coisa que foi retirado da grade de programação das TVs há décadas. Universalização da banda larga, TVs públicas, Universitárias e Comunitárias, Rádios idem mas todos com a mesma qualidade tecnológica e alcance que tem as TVs ditas comerciais. E por fim um marco regulatório aprovado no congresso nacional que permita a participação da sociedade quanto as outorgas das concessões assim como para defender as culturas regionais, impedir o racismo e outras manifestações discriminatórias e a liberdade de expressão de todos e não apenas de meia dúzia de famílias de ideologia conservadora como ocorre hoje.

maria oly disse...

Concordo inteiramente que a maneira mais eficaz e imediata de obter melhores índices de interptretação da reslidade seja a regulação dos meios no Brasil, até porque considero que hoje entre nós, os meios de comunicação de massa tem muito mais potencial para instruir e educar de que os meios convencionalmente considerados educativos, como escolas e centros de educação superior. Apóio esta minha afirmação no resultado das eleições. Até hoje me pergunto porque a vantagem de Dilma foi apenas de 12 milhões de votos. E também me pergunto porque uma tamanha abstenção quando se tratava de uma decisão crucial em termos de continuidade ou ruptura, não somente com as políticas sociais mas também com relação a uma política externa nunca antes experimentada neste país e de extrema oportunidade para os povos pobres do mundo. Só posso atribuir estes resultados a um profundo desconhecimento da situação nacional e mundial, a ponto de decisões de voto se fazerem em torno de simpatia, atributos pessoais dos futuros governantes, preconceitos de ordem moral, religiosa e racial,não somente entre as chamadas camadas incultas do povo, mas e até predominantemente nos setores letrados. Pior que considero que isto nem se deveu a impossibilidade de discutir o Brasil e o mundo nos debates e programas eleitorais porque infelizmente as pessoas são levadas a formar opinião antes mesmo de acompanhar debates e decidem sobre quem se saiu melhor a partir de seus pré juizos e não do ocorrido de fato. Me parece que o que precisamos e muito, e muito urgentemente é ter fome de verdade e recursos para saciá-la. Até porque nem muitas vezes desejando saber o que se passa de fato, tendo tempo e disposição de virar de cabeça para baixo matéria impressa, televisa e via internet, tendo o cuidado de cartografar a origem dela, se consegue afinal responder: afinal do que se trata isto que aparece como verdade, verdades, inúmeras.

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