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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cidadãos acima de qualquer suspeita


Autoridades fluminenses não só não apuram as denúncias contra a corrupção e a truculência policial, como os denunciadores passam a ser perseguidos.


Por Mario Augusto Jakobskind (*)

É muito grave a crise na polícia do Rio de Janeiro com a série de denúncias envolvendo cidadãos acima de qualquer suspeita. Há poucas semanas, o Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, era só elogio ao recém-exonerado chefe de polícia, Allan Turnowski, indiciado pela Polícia Federal com a acusação que teria vazado informação sobre Operação Guilhotina, que prendeu policiais envolvidos em corrupção. Turnowski se diz inocente, vamos ver. Tudo muito nebuloso.

Todo mundo lembra que nas operações de ocupação da Favela Cruzeiro e Complexo do Alemão Turnowski era apresentado pela mídia de mercado como o “grande policial”. O Governador Sérgio Cabral também tecia elogios ao referido. A série de denúncias sobre ilegalidades cometidas pela polícia, denunciadas por moradores e pela entidade Justiça Global passavam ao largo.



Agora, com o estouro da boiada e a prisão de dezenas de policiais, inclusive do delegado Carlos Oliveira, braço direito de Turnowski, que estavam na mira da Polícia Federal, muitas das denúncias de corrupção estão se confirmando.

O cidadão acima de qualquer suspeita Turnowski deve no mínimo uma satisfação à opinião pública. Se alguém tem como braço direito um policial bandido, é praticamente impossível que o superior hierárquico desconheça.

O Rio vive sobressaltado, inclusive com a ação das milícias em várias comunidades da cidade e a Polícia Federal está demonstrando que a cúpula da Polícia comandada pelo “herói” Beltrame e sua equipe, agora defenestrada, tem culpa no cartório. Beltrame pode até não ter culpa, mas se revelou um gestor relapso ao colocar na cúpula cidadãos gente da banda podre. Ninguém cobra isso do “herói”.

A série de denúncias, inclusive sobre o recebimento de altas propinas por parte de Turnowski, precisa ser apurada com todo o rigor. Outra grave acusação feita pela Polícia Federal, segundo a qual o assassinato do presidente do camelódromo do centro do Rio de Janeiro, Alexandre Pereira, foi planejado por ex-integrantes do Mosssad, o serviço secreto de Israel, não pode ser deixada de lado.

Beltrame, Sérgio Cabral e os Ministros da Justiça não sabiam que agentes policiais estrangeiros agiam no Rio de Janeiro? Por que só agora a denúncia veio a público? Será que o Rio continua terra de ninguém com livre trânsito para agentes ou ex-agentes estrangeiros? Tudo no mínimo estranho, ainda mais pelo fato de o Governo do Estado do Rio de Janeiro ter comprando material bélico de fábricas israelenses. Não deveria ser por isso que ex-agentes secretos podem atuar no Rio, conforme denuncia o relatório da Polícia Federal.

Espera-se também que as denúncias feitas pela Justiça Global sejam apuradas com o máximo rigor. A entidade tem afirmado que as autoridades fluminenses não só não apuram as denúncias feitas por moradores de áreas pobres da cidade do Rio contra a truculência policial e mesmo corrupção, como os denunciadores passam a ser perseguidos. Uma grave acusação .

É tudo muito estranho. Poderia até ser exigida uma intervenção mais rigorosa na polícia do Rio de Janeiro. Mas para mudar o panorama haverá necessidade de muita mobilização dos setores que querem ver o Rio de Janeiro ser uma região em que o povo possa de fato confiar nas autoridades e que os cidadãos de qualquer classe social possam denunciar ilegalidades sem o temor de sofrerem represálias.

Fora isso, o que vem sendo feito até agora não passa de marketing e preparação para a cidade acolher os megaeventos de 2014, Copa do Mundo, e 2016, Olimpíadas. E o que é pior, já se vislumbra uma repetição da história dos Jogos Pan-americanos em que depois da competição pouco sobrou para os moradores da cidade. E o ex-Prefeito Cesar Maia continua impune e sem cobranças pelo que andou fazendo. O povo respondeu não o elegendo senador, mas é pouco. É preciso no mínimo uma boa apuração dos fatos.

Na área internacional, o governo argentino deu o recado aos Estados Unidos com a apreensão de um lote de equipamentos em um voo que também transportava à Polícia Federal militares que participariam de um curso. A chancelaria avisou que um terço do material apreendido - armas e uma maleta com equipamentos de espionagem - não estava declarado na aduana argentina.

As autoridades estadunidenses agiram com se a Argentina fosse um mero pátio traseiro de Washington. Aí só restou ao governo de Cristina Kirchner fazer o que fez, sem pestanejar. Ou seja, avisar aos pretensos senhores do mundo que quem manda na Argentina são os próprios argentinos e não os estadunidenses.

E o governo dos que se julgam senhores do mundo decidiu apresentar ao Congresso um orçamento de 3,7 trilhões de dólares para 2012, contemplando um financiamento especial de cinco milhões de dólares para os grupos contrários ao Presidente Hugo Chávez na Venezuela. E na maior cara de pau, o documento de Barak Obama assinala, entre outras coisas, que “esses fundos ajudarão a fortalecer e apoiar a sociedade civil venezuelana para proteger o espaço democrático”.

Isto é, os Estados Unidos querem financiar a oposição com o pretexto de democracia, quando se sabe que o referido conceito defendido por Washington visa à defesa dos seus interesses econômicos, sobretudo em uma área rica em petróleo, cada vez mais escasso nos EUA.

Como se tudo isso não bastasse, o governo Barak Obama com a medida anunciada entra em choque com a legislação venezuelana. Pela Lei de Defesa da Soberania Política e da Autodeteminação Nacional estão proibidos financiamentos externos para fins políticos na Venezuela. Mas a Casa Branca não está nem aí para o respeito às leis de países soberanos. E vamos como a mídia de mercado vai tratar da questão. Se é que vai tratar.


*Mário Augusto Jakobskind é jornalista, mora no Rio de Janeiro e é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de S. Paulo e editor de Internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do semanário Brasil de Fato. É autor, dentre outros livros, de “América que não está na mídia” e “Dossiê Tim Lopes – Fantástico / Ibope”. É colunista do site “Direto da Redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

=> Artigo publicado originalmente no site "Direto da Redação".

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